Sobre "Blooms", o maravilhoso EP que junta Jesse Maranger e Jaguar Sun

 

A colaboração entre Jesse Maranger e Jaguar Sun viu finalmente a luz do dia, com o lançamento do EP "Blooms", composto por 4 temas, entre os quais "Sunset" e "Autumn Fire", que já foram alvo de destaque aqui e aqui, a que se juntam "Blooms" e "Rain Pours".

Consta que a composição e a produção foram repartidas entre os dois, mas eu confesso que não dei conta. O resultado final soa-me natural e genuíno, com guitarras deslumbrantes, loops de bateria cativantes, e claro, as vozes suaves e encantadoras, como se os seus estilos tivessem sido feitos um para o outro.


"Sunset", com a sua aura esperançosa, guitarras rodopiantes e a voz gentil de Jesse, e "Autum Fire", deslumbrante e pulsante, continuam a despertar em mim as mesmas emoções, aquele arrepio na espinha que me deixa sempre feliz. - esta última é provavelmente a minha favorita, e continua a rodar insistentemente cá por casa, aquecendo-me o coração.

Mas "Blooms" não lhes fica atrás. Intimista, vulnerável e honesta, tem uma paisagem sonora aconchegante e resplandecente, uma performance vocal reconfortante e uma dinâmica maravilhosa, crescendo e retraindo organicamente.


"Rain Pours", por seu lado, contempla guitarras elegantes, que nos envolvem e nos fazem viajar, com o dedilhado hipnotizante que vai ressoando em nós. As vozes parecem ser "apenas" mais um elemento no ambiente sereno. Sensivelmente a meio, a canção sobe de tom. O beat lembra-nos um metrónomo, as vozes erguem-se num registo quase «mântrico», por entre sintetizadores, piano e guitarras, que nos amparam até ao fim.


"Blooms" é um trabalho coeso, cuidado e sofisticado de Jesse Maranger e Jaguar Sun, que, para mim, ilustra na perfeição a célebre frase de Aristóteles, «o todo é maior do que a simples soma das suas partes».
Marcante e harmonioso, emocional e intimista, o EP é uma experiência musical e sensorial transcendente. Quando o ponho a tocar, deixo-me levar pela sua imensidão sonora. As suas canções transmitem-me tranquilidade, e sinto-o como um porto de abrigo.

Parece-me por isso ideal para ouvir, uma e outra vez, sempre que precisarmos de nos refugiar do estranho mundo em que vivemos.

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