"Orange Citrus", o regresso em grande forma de Danny George


Este fim de tarde marca o regresso de Danny George, sobre quem já falei aqui, após um hiato de três anos. "Orange Citrus" é um dos singles, o outro chama-se "Light Above" e são duas faces da mesma moeda, uma introdução a uma nova era da música do aclamado cantor e multi-instrumentista.

A narrativa de cada tema oscila entre luz e sombra, naturezas da turbulência interna intrínsecas à condição humana. Se, por um lado, "Light Above" nos chega mais densa e introspetiva, com uma tonalidade mais grave, "Orange Citrus" traz leveza e uma certa expansividade.
Ora ouçam:


São, sem dúvida, duas composições onde a emoção se encontra à flor da pele, em dimensões distintas, relembrando-me do talento orgânico de Danny em emocionar quem o ouve. Ainda assim, "Orange Citrus" ganhou um lugar especial no meu alinhamento, muito por culpa do groove e, sobretudo, da voz.

O ambiente revela, desde logo, uma energia descontraída e luminosa, com a secção rítmica a embalar-nos de imediato. A voz de Danny entra em cena, ocupando o seu espaço de forma exímia, numa interpretação que tem tanto de crescente quanto de terno, sem deixar de lado a emoção e o sentido de melodia.

A sincronia com a paisagem sonora é irrepreensível, a voz entrelaçando-se com as diferentes texturas feitas de camadas múltiplas que resultam numa atmosfera muito apetecível e calorosa que nos convida e relaxar e a respirar fundo. Os arranjos, que impulsionam a composição em momentos certeiros, revelam um cuidado na produção, mas, ao mesmo tempo, tudo parece fluir sem esforço.

Em "Orange Citrus", há exuberância, cor e brilho, mas há também uma sensação de conforto que sai das suas notas de música. É uma canção envolvente, tão aconchegante quanto inspiradora, pelo que me parece perfeita para ouvir sempre que precisarmos de uma pausa no meio de dias agitados.

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