É tempo de regressar ao Parque e de continuarmos a ser felizes, ou a crónica possível de um primeiro dia de Primavera Sound no Porto
Pois é, chegámos àquela altura do ano em que, com toda a expectativa e cheia de vontade, rumei ao 13º Primavera Sound (ou 14º, já nem sei), e que bem que isso sabe sempre (mesmo quando chove, que não foi o caso, graças ao Senhor).
Claro que os planos iniciais de ver os Blonde Redhead ficaram pelo caminho, não só pelo trânsito que apanhei até chegar ao Parque da Cidade, mas também pela fome, o que fez com que tivéssemos ido logo ter com o senhor das Pizzas (que é sempre o mesmo desde que me lembro). Mas fomos, depois de um belo café, ter com Amyl and The Sniffers, que a mim me enchem a alma sempre que tocam.
Eis que era chegado o tempo de ir ao Palco Porto para ver PJ Harvey, que chegou ainda de dia e que nos fez anoitecer ao som de uma panóplia de músicas brilhantes e verdadeiramente apaixonantes, que nos levou numa viagem sonora muito cheia de pormenores e detalhes sempre deslumbrantes e arrebatadores (desde a roupa à própria figura sempre tão única de PJ (que, para a cachopa que estava atrás de nós era "o" PJ até ter entrado no palco)), e que nos fez voltar às memorias de pós-adolescentes, cantando canções de toda a sua discografia, como se quer num brilhante concerto de festival.
E foi PJ Harvey que nos mostrou o céu cor-de-rosa do fim do dia de hoje, tendo-nos feito anoitecer enquanto nos levava aos seus êxitos mais antigos, o que sabe sempre tão bem. E que, no fim de contas, nos tirou a vontade de ver Mitski (sim, sim, ainda passámos lá, mas não ficámos presos), e, como hoje (ou amanhã no meu caso), é dia de voltar e de mais, nos fez vir embora, de barriga cheia, ignorando o concerto de SZA.
Voltámos para casa embevecidos por mais um brilhante concerto de PJ Harvey, e com a sua forma sempre tão delicada de pensar e fazer música, sempre tão completa quando apaixonante, em mais um dia singular e verdadeiramente único.
O resto? O resto fica para o que se viveu, porque entre isso e a música, que, quando é boa, nos toca sempre, são sempre as gargalhadas que nos salvam.
Palavra de Chavininha.
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