Manhãs domingueiras ao som de "Pathfinder", o novo single de Luke De-Sciscio
De volta ao blog, nesta manhã de Domingo, está o cantautor britânico Luke De-Sciscio, sobre quem já falei aqui. "Pathfinder" é a canção de hoje, retirada do seu quarto álbum deste ano, "Heaven", um disco bonito, muito bem feito, de uma simplicidade desarmante, com composições despojadas, cruas, até, e que pedem para ser escutadas e apreciadas com tempo e, sobretudo, com atenção (para ouvir aqui).
De ambiente folk, as canções de "Heaven" têm uma aura sonhadora e poética, sempre emocional e, claro, autêntica também. Sempre que as ouço, sinto-me transportada para um mundo tão imaginário quanto relacionável, onde as emoções se sentem à flor da pele e a voz de Luke age como um bálsamo para almas inquietas.
"Pathfinder" é uma dessas canções, de registo lento e com o seu quê de onírico, levando-nos para um universo distante e sereno.
O trabalho de guitarra é exímio, um dedilhar irrepreensível feito de acordes vivos e calorosos que se entrelaçam com a voz de Luke, numa parceria perfeita, como vem sendo hábito. A sua interpretação tem qualquer coisa de etéreo mas ao mesmo tempo soa bem próxima. O timbre - que demorou a entrar no ouvido, se bem se lembram - é, sem dúvida, distinto e apresenta-se maleável e expressivo, alternando sem esforço entre registos mais suaves e outros mais assertivos.
As notas de música, por seu lado, vão acompanhando e amparando a voz, primeiro de forma mais delicada, crescendo lentamente em intensidade, tornando-se mais aguerridas, como se a vulnerabilidade desse lugar a uma força interior que teima em dizer "presente". E quando a canção termina, fica no ar uma sensação de calmaria.
"Pathfinder" é uma composição intimista e envolvente, tão terna quanto desassossegada, que nos traz conforto e alento face às incertezas da vida. Parece-me, por isso, perfeita para ouvir sempre que precisarmos de fugir da correria do dia-a-dia e respirar fundo, permitindo-nos relaxar.
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