"Young Guns", o descontraído mas aguçado novo single dos Salarymen

 

Fechamos o dia ao som de "Young Guns", o novo single dos australianos Salarymen, sobre quem já falei aqui. O tema é a mais recente amostra para o segundo EP a sair em outubro e é um olhar não tão distante sobre a violência com recurso a armas que parece não ter fim nos EUA.

Muito cuidadosos na forma como elaboram as suas canções, os Salarymen oferecem-nos uma canção que tem tanto de descontraída como de pertinente.

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Mais uma vez, somos brindados com acordes e progressões reluzentes e soalheiras, uma linha de baixo cheia de ginga e um ritmo muito apelativo, que se entranham em nós, e, quase inconscientemente, damos por nós a bater o pé e a abanar o corpo.

As vozes de Renée e de Thom partilham os holofotes, criando um contraste absolutamente encantador e muito bem conseguido. A química e o equilíbrio são notáveis, sentindo-se em cada nota e que deliciam qualquer ouvido. Ah, e o refrão, que brilha sem contenção, é perfeito, transparecendo um sentido de ironia apuradíssimo.

Este som leve, fluído, soalheiro, característico do trabalho do duo australiano, não esconde o seu lado sombrio. "Young Guns" vai-se revelando subtil e plenamente e faz-nos refletir sobre o estado das coisas. É totalmente propositado, pois claro, evocando a atitude (ou falta dela) face à gravidade do problema que impera na sociedade norte-americana.

É, sem dúvida, mais uma canção muito bem feita pelos Salarymen, sofisticada e incisiva, que me deixa com altas expectativas para o que aí vem. Enquanto esse dia não chega, "Young Guns" é para ouvir e cantarolar sem moderação.

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