"Corduroy", o caloroso e terno regresso dos Memorial


O destaque deste fim de tarde vai para "Corduroy", o mais recente single dos britânicos Memorial, sobre quem já falei aqui umas quantas vezes. É o primeiro material novo desde o lançamento, em 2022, do disco de estreia e traz consigo a estética acústica calorosa e terna a que sempre nos habituaram.

A canção evoca e celebra a memória dos dias perfeitos, muitas vezes raros e espontâneos, mas em que estamos totalmente presentes e em sintonia e nos sentimos plenamente felizes. Não se estranha, por isso, a atmosfera soalheira e descontraída.
Ora ouçam:


O ambiente é suave, com harmonias e acordes delicados que revelam nostalgia mas também tranquilidade. A orquestração intrincada soa brilhante e expansiva mas, ao mesmo tempo, oferece-nos uma sensação de intimidade, de conforto. Guitarra, piano e bateria surgem em comunhão, num diálogo orgânico que vai dando uma sensação de simplicidade à canção.

A intensidade é subtil, o crescendo também, graças a arranjos de sopro que elevam a composição no último minuto, trazendo ainda mais cor e mais luz. E por entre tudo isto, ecoam as harmonias vocais, calorosas e aconchegantes, tão emotivas quanto calmas, que nos dão amparo e nos abraçam, sossegando a alma.

"Corduroy" é uma canção relaxada e relaxante, envolvente e introspetiva. Mas não deixa de ser uma peça vibrante e exuberante, que emana boas energias e nos deixa num estado de serenidade. Como aqueles dias em que nos obrigamos simplesmente a "estar", a "existir", preferencialmente num jardim a respirar ar puro e a apanhar sol. Parece-me, por isso, perfeita para ouvir sempre que precisarmos de tempo para descontrair.

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