"The Metallica Blacklist" apresenta "Nothing Else Matters", revisitado por Miley Cyrus e companhia

 

"The Black Album", o famoso disco dos Metallica lançado em 1991, celebra 30 anos. Em jeito de comemoração, a obra ganha uma versão remasterizada e uma espécie de álbum tributo que conta com versões das suas 12 canções, por mais de 50 artistas dos mais variados países e géneros musicais, que contribuirão com as suas visões e roupagens únicas para os clássicos da banda norte-americana.

O resultado será conhecido, na íntegra, lá mais para Setembro, sob o nome "The Metallica Blacklist" (espreitem aqui o trailer), cujos proveitos reverterão na totalidade a favor de várias associações de solidariedade - e, só por isso, já vale a pena ir dando uma escuta aos temas que forem saindo, não?

Já são conhecidas as reinterpretações de Juanes para "Enter Sandman" e de Sam Fender e de St. Vincent para "Sad But True", mas o meu destaque vai para "Nothing Else Matters", recriada por Miley Cyrus (na voz), Elton John (no piano), Rober Trujillo (sim, esse mesmo, dos Metallica) no baixo, Chad Smith (dos RHCP) na bateria, Yo-Yo Ma no cello, e Andrew Watt a cargo da guitarra e da produção.

A par de "The Unforgiven", faz parte da minha lista de «clássicos de sempre», e confesso que foi com alguma relutância que carreguei no play para ouvir esta nova versão.


Fiquei agradavelmente surpreendida: não há uma desconstrução completa nem uma perda total da essência do original; há, sim, novidade, nomeadamente, um trabalho sublime no instrumental, com a adição de melodias e de arranjos que se complementam.
A linha de piano é perfeita, tanto no início do tema como nos interlúdios, tal como o violoncelo, absolutamente marcante e emotivo, aquele toque dramático que faz toda a diferença. A orquestração é sempre incrível, em crescendo contínuo, mas é na bridge e no outro, por exemplo, que se transcende. 

A par de tudo isto, a performance de Miley Cyrus. Goste-se ou não, eu acho que ela tem um potencial vocal «do caraças». E não é de estranhar que a sua voz «de bagaço» assente como uma luva nesta coisa do rock. Apesar de começar algo contida e talvez "polida" nos primeiros versos, à medida que a canção avança e cresce, também ela se liberta, e a sua voz se expande e enche o ambiente.

Contas feitas, "Nothing Else Matters" revisitada não supera o original mas também me parece que não lhe fica nada atrás. Tem atitude, tem harmonia, tem criatividade e tem vida, e eu acho que não se lhe poderia pedir mais.

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