"Flying To The Dream" e outras canções de "Perto", o novo disco de Olivae
O primeiro destaque de hoje é Olivae, o projeto do cantautor Vasco Oliveira, de que já tenho falado por aqui. O seu novo disco, "Perto", saiu na passada sexta-feira e contempla 7 canções folk num formato acústico, entre as quais estão os singles já lançados (e destacados no blog) "There's A Time", "Desperto" e "Batalhas" (que ainda roda muito cá por casa e é, seguramente, a minha favorita).
"Perto" conta com a preciosa colaboração de Sara Teixeira (ou Teixara), cujas bonitas harmonias vocais conferem delicadeza e equilíbrio ao trabalho de Vasco. Este oferece-nos, mais uma vez, ambientes calorosos e emotivos, plenos de honestidade, por entre notas de música ora nostálgicas ora esperançosas, mas sempre reconfortantes e intimistas.
Ainda que mais marcado por acordes que apelam a momentos de introspeção, encontro nas canções de "Perto" apontamentos de esperança e raios de luz que teimam em irromper pela paisagem sonora. É o que acontece em "Flying to the Dream", o mais recente single, canção de harmonias vocais muito bonitas e melodia envolvente, com a duração certa para trazer um pouco de luz às nossas vidas. Em contraponto, por exemplo, está "My Boy U Fly", nostálgica q.b., mas não menos calorosa, que surge quase como uma canção de embalar que acalma corações inquietos.
"Meu Bem, Minha Paz" e "Quem Pode Abraçar" trazem consigo a vulnerabilidade que já tinha destacado quando falei em "Desperto". A verdade é que cantar na língua de Camões tem, nestas coisas da música, uma intensidade diferente. Em modo acústico e mais folk, talvez um sentido maior de proximidade. E, como já referi em textos anteriores, a voz de Vasco ganha uma musicalidade ainda mais comovente e não há como não nos emocionarmos ao ouvi-lo.
"Perto" e as suas canções despretensiosas transportam-me sempre para o meio da natureza, para as planícies sem fim ribatejanas, onde imperam um céu azul infinito, prados verdes e pássaros voando livremente. Ou então para um lugar à beira-mar, escutando o que nos vai na alma, enquanto o sol se põe e nos deixamos levar pelo som apaziguador do mar.
É, por isso, o disco certo para ouvir sempre que precisarmos de parar e respirar fundo.
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