"Tape Cassette", o onírico regresso dos Gravity Circus
De volta ao blog, estão os Gravity Circus, sobre quem já falei aqui. Têm single novo, "Tape Cassette", catchy e fresco, e mais uma excelente amostra da versatilidade do duo. A canção debruça-se sobre a vontade de deixarmos uma marca no mundo, ao mesmo tempo que somos confrontados com a difícil ideia de deixarmos a nossa zona de conforto e as pessoas de quem gostamos. E se, para amenizar as saudades, pudessemos gravar tudo o que nos lembra o nosso lar numa cassete, para acompanhar-nos sempre?
Se a energia que nos chegar daí for tão forte como a que emana desta canção, talvez não fosse má ideia...
"Tape Cassette" é uma canção pessoal e relacionável, de aura quente e onírica, que nos prende a audição assim que começa a tocar. Tem em si uma toada vintage, despojada, que lhe assenta como uma luva e que lhe confere um charme inegável. A melodia, por seu lado, soa bem construída e fluída. Nela descobrimos, por entre as suas texturas e na forma como se equilibram, uma espécie de dicotomia, a nossa própria luta interior entre a ânsia e a descontração, como se houvesse um encontro de forças entre os riffs de guitarra rejubilantes, a bateria suave e entrelaçada e as vozes envolventes e nostálgicas.
Quem a ouve, sente-se, de imediato, imerso no ambiente e impelido a acompanhar o beat. E, quando entra o refrão, a cantá-lo a plenos pulmões e com todo o sentimento, tal é a honestidade da letra. E, até ao fim, a energia da canção parece invadir-nos e reconfortar-nos.
Por isso, "Tape Cassette" parece-me perfeita para ouvir com o volume alto, sempre que precisarmos de levantar o espírito.
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