"Other Words Fail Me", o incrível disco de estreia de WILDES

 

Quem nos acompanha, sabe que gosto muito de WILDES, o projeto da cantautora britânica Ella Walker, sobre o qual já falei aqui. O disco de estreia saiu finalmente em meados de Janeiro e conquistou-me assim que lhe pus os ouvidos em cima.

Era há muito aguardado e, felizmente, não desiludiu. Assumo até que excedeu as minhas expectativas. Ella Walker tem não só uma voz incrível como rodeou-se de uma equipa que soube muito bem levar as suas canções a bom porto, resultando num disco tão sombrio quanto esperançoso, dinâmico e empoderador.


Algumas das canções já rodavam cá por casa. "Woman In Love" (a intensa faixa de abertura), "Far And Wide" e "Flames" têm, cada uma à sua maneira, energias tremendas e transbordam de sentimento, tão intensas quanto viscerais. São canções comoventes e reconfortantes, mas também têm muito desassossego.

"Lightly", um dos outros singles e o segundo tema do disco, revela uma sonoridade diferente, mais suave, uma canção em jeito de balada, onde piano, voz e arranjo de cordas se fundem num crescendo absolutamente arrebatador. "Restless", melancólica q.b., desarma de imediato; "Just Like You" e "Real Life" trazem a Ella mais visceral novamente à cena, com tanta garra quanto ternura, sentimento que se estende a "Anytime", canção que tem em si o lado desesperante do amor.

A fechar, duas canções que marcam (ainda mais) o disco. "Enfant" é uma canção pujante e com o seu quê de cinematográfico, direta e fervorosa; "True Love (Make Me Believe)", com a preciosa colaboração dos The Flaming Lips, é a cereja no topo do bolo, uma canção exuberante, colorida e enérgica.

"Other Words Fail Me" é um disco multidimensional e multifacetado. Nele, encontramos notas de mudança, de resiliência, de cura e de dor, de amor-próprio. No fundo, tudo o que esperaríamos de um disco que representa a Mulher e todas as suas forças e fraquezas. É um incrível disco de estreia para Ella Walker, que coloca altas as expetativas para o que virá. Enquanto esse dia não chega, que os ouvidos se deliciem com este trabalho.

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