A musicalidade e intensidade de BATTS em "Call It What It Is"

 

A minha escolha para este fim de manhã de terça-feira recai em "Call It What It Is", o novo single de BATTS, o projeto da cantautora australiana Tanya Batts. O tema fará parte do seu segundo disco, "The Nightline", previsto para 14 de outubro (juntamente com "Blue", que conta com a colaboração de Sharon Van Etten), e é uma canção emocionalmente poderosa e honesta.

Assim que se fizeram ouvir os primeiros acordes, e entrou em cena a voz maravilhosa de Batts, a canção conquistou-me.


"Call It What It Is" tem tanto de íntimo como de expansivo, graças a um equilíbrio exímio entre a interpretação sentida e intensa de Tanya, no centro de tudo, e a paisagem sonora vibrante, construída camada sobre camada, e que a ampara sem medos.

Da linha de piano pulsante ao loop de bateria, suave e com um toque trip-hop, passando pela guitarra precisa, pelo baixo delicioso e pelos synths encorpados, tudo contribui para um ambiente harmonioso, que tão depressa nos faz refletir como nos faz querer espantar os males, do início ao fim da canção. 

Há, no entanto, um momento ainda mais digno de registo. Ali pelo minuto 2'29'', a canção desacelera, colocando o foco na emoção e na expressão vocal de Tanya. Soando angustiada e catártica ao mesmo tempo, é absolutamente desarmante e, sem dúvida, pelo menos para mim, a cereja no topo do bolo.

"Call It What It Is" é uma canção brilhante e intensa, que nos desperta para as nossas emoções mais profundas e nos relembra da importância de partilharmo-nos com os outros. E é para ouvir sempre que precisarmos de um incentivo para dizer o que nos vai na alma.

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