"Ten Years", o regresso marcante de Good Dog


De volta às canções, está Good Dog, o projeto do cantautor e produtor britânico Jack Hardman, sobre o qual já falei aqui. O novo single chama-se "Ten Years" e traz consigo o lado mais experimental do músico londrino, que «brinca» com harmonias ricas e ritmos incomuns tentando (re)criar sentimentos de contemplação e dúvida.

Hardman reflete sobre a imprevisibilidade de crescer, sabendo que a vida pode mudar num instante, e isso está bem presente em todos os momentos da canção.
Ora ouçam.


É uma canção tão desconcertante quanto envolvente. 
Abre com acordes de piano pulsantes e a voz etérea de Jack. Juntam-se harmonias menores e outras maiores em diferentes andamentos. Fica no ar uma sensação de desconforto, de inconformismo, que só parece desaparecer com a entrada majestosa e calorosa do saxofone. É sol de pouca dura, no entanto.

O ambiente volta a causar arrepios com voz e piano, deliciosamente acompanhados por uma percussão cativante. O saxofone dá novo ar de sua graça, quebrando o gelo, para que, pouco depois, seja a voz de Jack a guiar-nos até ao fim. Por entre apontamentos clássicos e contemporâneos, a composição faz jus à experiência sensorial, qual montanha-russa, que é "Ten Years".

Entre luz e sombra, dissonância e harmonia, Good Dog oferece-nos uma canção que tem tanto de íntimo como de expansivo. É perturbadora, mas é também reluzente, evocando na perfeição aquilo que é a vida. 

Para ouvir sem medo do desconforto.

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