"Seconds To The Hour", o novo e (in)tenso single dos Nerves


Para este fim de tarde, algo um pouco diferente do que tenho partilhado por aqui. Quem nos acompanha, sabe que os meus gostos musicais são variados o suficiente para conterem coisas mais acessíveis e outras menos imediatas. É nesta última categoria que colocaria os Nerves, banda post-punk de South London, com Jack Evans na voz, Jack Cosson na guitarra, Mike Wood no baixo e Josh Upil na bateria.

Consta que a sua música é, em partes iguais, sombria, hipnotizante e destemida. E que estiveram em Portugal em 2019, mais concretamente no Hard Club no Porto, por alturas do festival "Post Punk Strikes Back Again" (que regressa este ano e que contará com a presença dos Hallan, sobre quem tenho falado por aqui), um concerto que se revelou «do caraças».

A julgar pela energia, pela tensão e pelo desassossego em cada nota de música, não duvido nem de uma coisa nem de outra.
Ora ouçam.


Fiquei colada no ambiente carregado, de batida constante, marcando riffs de guitarra inseguros e alinhados com uma linha de baixo tensa, tudo perfeitamente equilibrado. A voz distinta de Evans acompanha de forma irrepreensível, numa interpretação sempre cool ao longo de toda a canção, mas deixando transparecer a urgência e o inconformismo característicos destas coisas do post punk.

"Seconds To The Hour" é uma canção com atitude e intensidade, que primeiro se estranha e depois se entranha. Quanto mais vezes a ouvimos, mais a sua carga emocional se revela. Até porque se fala do impacto do confinamento nas relações sociais e do conflito sempre presente entre a ânsia do reencontro e o desejo impulsivo de nos mantermos isolados.

Inquieta, densa, sombria, e muito relacionável por estes dias, "Seconds To The Hour" é para ouvir com o volume bem alto, sempre que precisarmos de abraçar o nosso lado mais «anti-social».

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