"Finisterre", o novo e intrigante single dos First Tiger
O destaque deste início de tarde vai para First Tiger, banda de Glasgow que me chegou aos ouvidos com "Finisterre", tema pertencente ao segundo disco "No Such Place" - para ouvir aqui. O disco evoca cidades e linhas costeiras, mundos vazios e paisagens interiores, através de canções cheias de texturas, múltiplas camadas, e mudanças e distorções surpreendente.
"Finisterre" enquadra-se bem nesta caracterização.
Ora ouçam.
Não foi amor à primeira escuta. "Finisterre" é tudo menos uma canção imediata.
É uma experiência sensorial, uma viagem sónica, que uma peça que vamos descobrindo melhor (e apreciando) quanto mais vezes a ouvirmos.
A paisagem sonora, com o seu quê de misterioso, surge (des)construída em ritmo, deixando-nos em suspenso, na expectativa. A dinâmica é notória, os elementos soam vivos e orgânicos por mais desconcertantes que possam ser. A melodia é rica e expansiva, mas é também introspetiva e melancólica.
Algo, no entanto, parece-me inegável: a energia da orquestração, imune a todas as variações. Tal como a voz, característica e profunda, numa interpretação marcante, que tem em si tanto de despreocupado como de ardente.
"Finisterre" é uma canção distinta e multidimensional mas muito intrigante, despertando-nos a vontade de a escutar e compreender uma e outra vez enquanto nos deixamos levar pelo seu ambiente onírico. Parece-me, por isso, perfeita para ouvir sempre que precisarmos de um escape.
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