Manhãs serenas de Domingo ao som de Oskar Nordbø
Para este fim de manhã de Domingo, a minha escolha recai em Oskar Nordbø, cantautor norueguês que lançou no início de Outubro dois singles do seu próximo álbum, "The Dog-headed Saint", previsto para Fevereiro de 2023 e uma espécie de sequência para "The Flood", o seu disco de estreia.
Ambos refletem uma inspiração espiritual, bíblica até, procurando respostas e (algum) sentido, o desejo de contacto com o sagrado e, claro, explorando o que é isto de se ser um ser humano. A sua música tem uma dimensão existencial, chegando-nos de forma terna e suave, cortesia de melodias envolventes, ainda que as letras possam conter alguma sombra.
Os dois colocam também o foco na voz de Oskar, que me conquistou de imediato. Muito característica, muito expressiva também, faz-se acompanhar de uma guitarra que soa onírica e atmosférica. E, acrescento, muito acolhedora.
Se, em "Come To Me", ouvimos linhas de guitarra românticas, coros suaves e ritmos galopantes, em "Moonlight", nota-se a folk mais "tradicional", com acordes calorosos e arranjos mais familiares. Em ambas, a voz de Oskar apresenta-se quente, transmitindo suavidade e emoção, em perfeita sincronia com as respetivas paisagens sonoras.
Há, nas duas canções, um conforto que acalma e aquece o coração, ainda que o sintamos de forma diferente. Tal revela a multidimensionalidade do seu trabalho, as emoções e as sensações que desperta. As composições são amplas, tão delicadas quanto grandiosas. Há honestidade, vulnerabilidade e simplicidade, mas há também convicção, reflexão e intensidade.
"Come To Me" e "Moonlight" são, por isso, ideais para nos fazerem companhia em manhãs preguiçosas ou nos nossos momentos mais calmos ou introspetivos.
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