"Opposite Form", o novo e cativante single dos Picture House


Fechamos este primeiro dia de Maio ao som de "Opposite Form", o single de estreia dos britânicos Picture House, que se reinventaram este ano depois de outros tantos como Temples of Youth, projeto sobre o qual já falei aqui da dupla Joanne Carson e Paul Gumma.

O som melancólico, denso e sombrio anterior parece ter dado lugar a algo mais animado. Elementos de shoegaze, grunge e new wave continuam bem presentes, mas o tom carregado esfumou-se. E o resultado é uma canção descontraída que me entrou logo no ouvido.


Assim que a canção começa a tocar, somos presentados por um riff de guitarra magnético, estridente e melódico, que nos guia canção fora e se faz acompanhar por sintetizadores abrasivos e linhas de baixo e bateria que impulsionam o ritmo e nos fazem querer bater o pé em compasso. O ambiente é fresco, descomprometido, alegre e orelhudo q.b. com as suas texturas vibrantes e reluzentes que servem de suporte perfeito para as harmonias vocais.

Joanne prende-nos de imediato com a sua voz luminosa e suave, mais leve neste ambiente, sempre com garra e com emoção, e assumo que a voz de Paul cria um contraste delicioso, um contraponto mais grave que tem tanto de etéreo como de encorpado. As duas vozes seguem caminho em constante diálogo, oferecendo dinâmica e intensidade à composição, e sempre em perfeita sincronia. 

Por alturas do refrão, "Opposite Form" eleva-se, com uma energia crescente tanto instrumental como vocal, que nos impele a cantar a plenos pulmões e o final, com guitarras ao alto, tem em si algo de libertador que me deixa sempre de coração cheio.

"Opposite Form" é uma canção cativante, que irradia boas energias e deixa no ar uma sensação de leveza. É, por isso, perfeita para ouvir com o volume bem alto, sempre que precisarmos de descomprimir.

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