"I Drink Alone", o contemplativo novo single de Bad Flamingo


A fechar esta Terça-feira, eis "I Drink Alone", o mais recente single da dupla Bad Flamingo, sobre quem tenho falado por aqui regularmente. A canção mantém o registo misterioso e sombrio a que o duo já nos vem habituando, mas traz uma paisagem sonora mais despojada e delicada, mais espaçada também.

O ambiente é familiar, remetendo-nos, como sempre, para o universo do Velho Oeste, mas "I Drink Alone" soa a banda sonora do "depois", seja ele qual for. Não deixa, no entanto, de ser uma canção cheia de charme e imbuída de sensualidade.
Ora ouçam:


Uma guitarra suave e dedilhada, de acordos calorosos e encantadores marca a paisagem que se revela introspetiva, cortesia de arranjos intricados e uma percussão espaçada. A linha melódica desenvolve-se de forma lenta e ardente, ora mais retraída, ora mais expansiva, com o refrão a trazer luz e energia e um certo fervor que complementa tudo o resto.

Por entre as notas de música, as harmonias vocais seduzem de imediato. Num registo meio sussurrado, adocicado e muito convidativo, acompanham sem esforço a construção cadenciada da canção, envolvendo-nos a cada verso. Não lhes falta elegância e delicadeza, pinceladas com um toque de rebeldia e, claro, a entoação certa para nos enfeitiçar.

"I Drink Alone" é, sem dúvida, mais uma excelente amostra da versatilidade das Bad Flamingo, uma experiência musical deliciosa que é muito sensorial também. Parece-me, por isso, perfeita para ouvir em noites frias de Outono, enquanto descontraímos na companhia de um copo de vinho tinto.

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