"Mythomania", o pulsante EP de Humane The Moon
Para animar esta tarde de Terça-feira, eis Humane The Moon, projeto sobre o qual já falei aqui. O seu EP de estreia "Mythomania" saiu no passado dia 15 de Novembro e traz 4 canções indie, cheias de atitude e com pozinhos de grunge e de post punk, que têm tanto de familiar como de entusiasmante.
Com influências dos Joy Division, LCD Soundsystem e TV On The Radio, e até apontamentos que nos remetem para o trabalho dos Bloc Party e de King Krule, as composições de Humane The Moon são enérgicas, frescas e pulsantes, impelindo-nos, sem esforço, a mexer o esqueleto.
Ora ouçam:
Ao lançamento de "A Track in Orbit", seguiu-se "I Saw A Dog", com uma linha de guitarra marcante e um ritmo cadenciado, resultando no ambiente perfeito para uma interpretação impaciente e destemida que cativa do primeiro ao último momento, e que se mostra muito melódica por alturas do refrão, onde múltiplas camadas vocais se entrelaçam com texturas oníricas oferecendo-nos um momento absolutamente delicioso.
"Ozymandias", o terceiro single, traz consigo um ambiente tão dançável quanto inquieto, por entre uma linha de guitarra encantadora e um beat pulsante e irrequieto, tenso até, que espera até ao momento certo para se libertar. O que acontece no refrão, luminoso e catártico, onde as palavras "get up to now good" pedem para serem cantadas a plenos pulmões. A sensação de desassossego está bem presente na composição, mas também o desespero e a frustração de quem procura fugir às normas da sociedade que nos limitam.
É este o fio condutor neste trabalho, que não fica completo sem "Dugout", mais uma canção contagiante e frontal, com uma secção rítmica pujante e densa perfeitamente equilibrada por sintetizadores cortantes e uma linha de guitarra nervosa. Mais uma vez, a interpretação vocal é irrepreensível, honesta e desafiadora, relacionável q.b., inspirando-se nas suas experiências diárias e espelhando as suas emoções.
"Mythomania" é um EP feito de canções reais, intensas, cruas e cheias de atitude, que evocam a insatisfação com a vida mundana das 9 às 5 e o desejo por algo mais arrojado, mais visceral e espontâneo. Há pujança e inquietação, mas há também uma sensação única de liberdade em cada uma das composições, que nos impelem a quebrar amarras e viver a vida sem medos.
E é para ouvir com o volume bem alto, pois claro.
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