"The Meadows", o poderoso novo single dos Rounds


Para este fim de tarde, a minha escolha recai em "The Meadows", o mais recente single dos britânicos Rounds, sobre quem já falei aqui, que traz de volta a sonoridade inspirada em The Cure, Interpol e Depeche Mode, que me deixou com os ouvidos em sentido.

Tão enérgica quanto sombria, "The Meadows" evoca a batalha contínua entre o desejo de escapar da escuridão e o implacável recuo para um padrão doentio. É temperamental e nebulosa, mas é também muito apetecível.
Ora ouçam:


Confesso que tenho um "soft spot" por canções de ambiente enevoado, iminente, sinistro, em que nunca sabemos bem o que vai acontecer. Talvez pela expectativa, pela (possível) surpresa, pela reviravolta que podem revelar. São também, por vezes, canções cinzentas que, aos poucos, deixam surgir um raio de luz, lembrando-nos que «a esperança é a última a morrer». Outras vezes, são canções que, no fim, nos fazem querer gritar, querer quebrar amarras e sentir-se mais livre.

"The Meadows" é, para mim, uma dessas canções.
A melodia é rica em camadas e em texturas que vão equilibrando a luz e a sombra ao longo da composição. A bateria pujante e dominante impulsiona a música com um ritmo implacável e quase hipnótico, adicionando uma camada de urgência e poder à paisagem sonora.

As quebras na composição trazem dinamismo e acentuam o seu lado enigmático. A última deixa-me sempre de coração cheio, com a sua força, a sua pujança e intensidade, causando um efeito estrondoso e levando-nos a um final absolutamente perfeito, que parece evocar, ao mesmo tempo, conformidade e catarse.

"The Meadows" é uma canção incrível, que parece ganhar mais poder quanto mais vezes a ouvirmos. Permite-nos refúgio, mas também uma certa descompressão, e, por isso, parece-me a canção perfeita para ouvir sempre que precisarmos de nos libertar de tensões acumuladas. Com o volume bem alto, pois claro.

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